quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

FRANCES HA (Frances Ha – EUA, 2012)

Direção: Noah Baumbach
            Foi a partir da resenha de um jornal de grande circulação do Rio de Janeiro (pois é, só existe um) que me aproximei deste filme. A crítica o indicava como o “filme fofo” de 2013 e assistir a filmes fofos sempre, ou quase sempre, é uma experiência agradável – ainda mais se o diretor em questão ser o mesmo responsável por uma das obras mais interessantes da década passada (alo de A lula e a baleia). Assim sendo, assisti a este Frances Ha sem conhecer muito a história, limitando-me a saber que era filmado em preto e branco e ambientado em Nova Iorque nos conturbados tempos de hoje.
            Frances é uma jovem de vinte e sete anos que, diante das conturbadas relações que se estabelecem atualmente, parece ter dificuldades em assumir a vida adulta e suas responsabilidades. Roteirizado por Baumbach juntamente com Greta Gerwig (que também dá vida a personagem título), France Ha acompanha as transformações que ocorrem na vida da protagonista quando sua melhor amiga, com quem divide um apartamento, resolve se juntar com o namorado, obrigando a jovem a repensar sua vida. O fato se torna mais chocante para Frances, pois esteve perto de passar pela mesma situação, embora, no seu caso, tenha preferido manter-se na zona de conforto representada pela presença da amiga com a qual realiza suas brincadeiras e projeta um futuro idealizado.
            Diante disso, acompanhamos as várias mudanças de apartamento pelas quais Frances passa, conhecendo novos personagens, cada um com seus projetos e suas lutas particulares para realizá-los. A questão é que Frances parece assumir uma postura passiva/ingênua em relação aos fatos e, assim, acaba perante a difícil decisão entre seu sonho de se tornar uma grande bailarina e a necessidade de ganhar dinheiro para o seu sustento.
            Através de diálogos bem elaborados e ações bem estruturadas (tanto nos momentos engraçados quanto nos momentos sérios), Frances Ha em momento algum parece inverossímil, assumindo uma postura diegética que poderia ser vivenciada por qualquer um e sua fotografia em preto e branco, somado a sua trilha sonora recheada de clássicos que remetem aos anos 80 oferecem uma experiência muito agradável – uma vez que todos os elementos ajudam a humanizar Frances sem torná-la uma personagem trágica ou excessivamente cômica.
            Sem dúvida alguma um “filme fofo” que vai muito além de ser simplesmente fofo. 

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